terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Minha adoção
Fui juntamente com minha amiga Jandira no escritório da Dra Shirley, uma pessoa maravilhosa, muito sincera me disse que o NÃO eu já tinha que íamos correr atrás do SIM. Depois de uma longa conversa, sai de lá com a certeza que a Dra ia dar o máximo para que conseguissimos adota-la, não me prometeu certeza alguma, mas me afirmou que iria fazer o máximo para a concretização desta tarefa árdua.
Durante um ano todo, continuamos a visita-la no Abrigo, continuamos a pega-la para passar fins de semana em casa, nossos Laços Afetivos cada vez ficavam mais sólidos e mais firmes.
Como havia me dito o primeiro advogado que procurei,realmente ao dar entrada com o processo de adoção, já devidamente aprovados no Cadastro de Adoção ( não foi nada demorado esse processo talvez pela nossa idade 53 anos, acho que passamos ser idôneos) provocaríamos a adoção dela.
Pelo que entendi as crianças estão lá esquecidas nos abrigos, ai alguém escolhe a criança, e então eles vão procuram no cadastro se o perfil daquela criança se encaixa com algum casal.Foi o que aconteceu conosco.Como a Natacha frequentava a creche que a Camila dava aula ainda, ela sempre ficava sabendo que a Natacha iria ao Setor técnico para algum casal conhece-la.No sábado seguinte ao ir fazer a visita no Abrigo, nossa pequena não estava mais lá, tinha saído com um casal para passar o final de semana e começar o processo de adaptação. Voltamos arrasados pra casa, mas como Deus estava do nosso lado a adaptação não deu certo.
Neste período da minha vida percebi com mais nitidez que as coisas só acontecem realmente quando o HOMEM lá de cima acha que chegou o momento certo.Foram dias muito preocupantes neste ano, eu no meu intimo questionava se o que estava fazendo era correto, afinal a diferença de idade entre eu e a Natacha são de 50 anos.Com a idade que estávamos eu e meu marido pensamos que o nosso futuro pode ser prolongado ou não, medo de doenças que impediriam a criação dela, medo das questões financeiras, afinal dinheiro não é nosso problema e sim a falta dele.Afinal uma criança para ser educada e criada não sai barato não, disso eu sei bem afinal criei e eduquei 3 filhos.
Neste ano eu já não mais trabalhava mais, fiz um acordo com a Julieta dona da loja que eu trabalhava e ela me demitiu logo após o casamento da Camila. Passei a frequentar a terceira idade de São caetano que é muito boa, com várias atividades de lazer e esportiva.Fiz até uma excursão para uma cidade do interior , ai então me vinham aqueles pensamentos, iria deixar de fazer muitas das minha atividades como viagens, hidro etc.. Não me envergonho em dizer que tive dúvidas sobre adotar ou não, mas ao mesmo tempo o amor crescia avassaladoramente, já era impossível viver sem ela, a cada saída do Abrigo e a cada devolução que fazíamos era sofrimento de ambos os lados.
Quando íamos busca-la no Lar era só festa, ai vinha a volta no domingo, no inicio nós a trocávamos no domingo a tardinha ( ela já tinha pelo menos uma gaveta com roupinhas novas que nós comprávamos) colocávamos as roupas que ela trazia na sua malinha ( no Abrigo tudo é coletivo, roupas, brinquedos e calçados) e seguíamos os quatro ela , a Camila o Odair e eu. Ela mudava de fisionomia a cada quarteirão que o carro percorria, muito esperta pra tão pouca idade. Não levavamos mais de meia hora pra chegar lá, era com o coração partido em mil pedaços que a deixávamos lá nas mãos da Tia Ruti ou Tia Leo.Ela chorava muito com as mãozinhas estendida clamando pela Camila e pela Tia Cida, não gosto nem de lembrar.Com o passar do tempo, dávamos um jeitinho de fazê-la adormecer assim parecia que o sofrimento seria menos, mas era ilusório, ficávamos imaginando quando ela acordava e não nos via mais.TRISTE, TRISTE DEMAIS.
Só sei que essa luta durou até dezembro de 2004, fazíamos coisas absurdas para sempre te-la ao nosso lado nas saídas, como por exemplo chegar ao Abrigo de madrugada e ficar na porta do Abrigo para poder agendar a saída dela.
Neste mês de Dezembro minha amigona Vanise iria agendar para pegar, nesse altura todos estavam apaixonados por ela , minha amiga se cadastrou e levava ela pra casa e nós aproveitávamos passando o dia todo na casa dela.
Chegaram as festas de fim de ano como a Camila já estava casada e morando em outra residencia ela pegaria no natal e eu no Ano novo.Mas nossos planos foram modificados pelo destino.A saída da GUARDA PROVISÓRIA. Não acreditei em principio, mas era verdade a Dra Soraya concedeu-nos a guarda da nossa filha.
Correria geral. arrumar o quarto para acomodá-la, comprar mais roupas, a casa virou de cabeça pra baixo.
Parando um pouco agora, depois conto o resto.
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