Uma das conquistas das famílias formadas por adoção é ter um dia só delas para comemorar. A data – 25 de maio
- foi instituída por meio de uma lei federal em 2002, com o objetivo de
promover mais reflexão sobre o assunto. “Depois disso, muita coisa
mudou e o tema está sendo desmistificado, os trâmites jurídicos estão
mais ágeis, principalmente quando os adotantes têm exigências menores em
relação ao perfil da criança que desejam como filho”, diz a psicóloga
Lidia Weber, pós-doutora em Desenvolvimento Familiar, com 12 livros
publicados, entre eles Adote com carinho: um manual de aspectos essenciais da adoção (Ed. Juruá), lançado este mês.
Em 2008, houve a criação do Cadastro Nacional de Adoção (CNA),
que concentra as crianças que podem ser adotadas e os adotantes em todo
o país. Apesar de facilitar o encontro de ambos, ele ainda não funciona
como deveria, mas já traz bons resultados. “Com ele, tenho percebido
uma procura maior por crianças maiores de 2 anos - as chamadas adoções
tardias - e irmãos. As pessoas candidatas a adotar estão mais dispostas a
mantê-los juntos e a Justiça, mais empenhada em favorecer esse
vínculo”, explica a psicóloga Lídia Levy, supervisora da equipe de
psicologia da PUC-Rio, que atua em diferentes varas do Rio de Janeiro.
O desafio é atualizar essa base de dados frequentemente.
“Ninguém sabe quantas crianças de fato existem nos abrigos do Brasil -
estima-se que sejam cerca de 80 mil -, mas o cadastro tem menos de 5 mil
crianças e 20 mil pretendentes à adoção. Onde estão as outras crianças?
Estão em processo de destituição do poder familiar, não tem estudo de
caso ainda, estão em comarcas que sequer têm computadores interligados
com o Cadastro Nacional de Adoção”, diz Lídia Weber.
Para adotar uma
criança, é necessário sentir um desejo profundo de ter filhos. “Não se
pode confundir com a vontade de ajudar uma criança ou suprir uma
carência da vida. Não é esse sentimento que você deve ter, é amor de mãe
ou pai. Confundir o real motivo para adotar é como engravidar para
salvar o casamento e depois se separar, ou seja, aquela criança nasceu
para consertar outra coisa", diz Levy. E ela compara a situação como
quando se tem um filho biológico. Ou seja, quando você segurou seu filho
no colo, não o amava do mesmo jeito que o ama hoje. Afinal, o amor é
construído a cada dia, assim como a maternidade também.
Se você tem esse desejo, o primeiro passo é comparecer a um
Juizado da Infância e da Juventude mais próximo. Lá, será feito um
estudo do adotante que receberá um certificado de Habilitação e, então,
entrará no cadastro (fila) para realizar uma adoção.
TEXTO extraido do site revistacrescer.globo.com
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