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Escrito por Patricia Acacio | |
Qua, 23 de Janeiro de 2008 10:52 | |
A ANGAAD é a representante nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, é um espaço para que o movimento de apoio à adoção venha a concretizar o anseio de todos os GAADS de assegurar o direito das crianças e adolescentes à convivência familiar e a difusão da nova cultura de adoção. Pode ser considerado um local de comunicação sobre a adoção, onde todos os envolvidos com a causa podem estar colaborando a traçar novos rumos para a situação de crianças e adolescentes abandonados em nosso país e um canal de fortalecimento do movimento da adoção. Um dos seus objetivos principais é lutar para que cada criança e adolescente brasileiro tenham uma família que a ame e a respeite. Para isso existem diversos GAADS que fazem um maravilhoso trabalho desmistificando os diversos preconceitos ainda existentes sobre a adoção e, cada vez mais, estão conseguindo concretizar as adoções necessárias no Brasil. Para a ANGAAD, Grupo de Apoio à Adoção é toda sociedade civil sem fins lucrativos que desenvolva atividades voltadas ao Apoio à Adoção e na busca de soluções para as questões relativas ao abandono de crianças e adolescentes, desenvolvendo trabalhos e reflexões para garantia do direito à convivência familiar e comunitária. |
Com mais de mil pessoas na platéia, na noite desta quinta-feira (3), começou em Campo Grande a 15ª edição do Enapa, o maior evento sobre adoção da América do Sul. Serão três dias de discussões com renomados palestrantes e debatedores.
Na abertura, houve algumas homenagens para Amigos da Adoção. Foram agraciados o presidente do Tribunal de Justiça, Des. Elpídio Helvécio Chaves Martins, representado pelo Des. Josué de Oliveira, Corregedor-Geral de Justiça; o empresário Ueze Zahran, o cantor Almir Sater, a juíza Maria Isabel de Matos Rocha e o Des. Joenildo de Sousa Chaves, presidente da Associação Brasileira dos Magistrados da Infância e da Juventude (Abraminj).
A primeira palestra foi proferida por Sávio Bittencourt, promotor no Rio de Janeiro e pai por adoção. Defensor ardente da causa, ele falou sobre Direito à Convivência Familiar x Institucionalização Prolongada. Sávio emocionou a platéia quando desafiou juízes, promotores, defensores, políticos e outros presentes a passar dois meses em um abrigo, institucionalizados – longe de seus familiares e sem ter qualquer perspectiva.
“E, a partir desse laboratório, saber como é ser tratado como abrigante, não ter individualidade. Somos todos filhos adotivos de alguém que nos amou intensamente. Somos adotados todos os dias pelo pais, que amam seus filhos. No Brasil, existem milhares e milhares de crianças abrigadas, varridas da sociedade civil”, disse ele, completando que “ser criança institucionalizada é pior que ser homicida, pois estes tem direitos e garantias, porém as crianças não tem direito a um advogado, entrevista com o juiz – está condenada à morte civil por não ter acesso à justiça”.
Para Sávio, pai de cinco filhos, dos quais dois são por adoção, a comparação entre filho natural e adotivo é esdrúxula e não deve ser feita. “Os pais adotivos não gostam de ser elogiados por isso porque eles é que foram agraciados pelo destino, por poder dar vazão ao amor, já que a adoção é um encontro de afeto”, completou.
Depois de descrever da situação que a adoção enfrenta no país, Sávio lembrou que o momento atual é de mudança de paradigmas. Ele falou também do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), da nova lei da adoção (Lei nº 12.010/09) e de suas conseqüências na competência da magistratura.
“O maior sentinela da criança será o juiz de direito. Temos hoje 80 mil crianças abrigadas no país, clamando pela convivência familiar. Essas crianças tem direito à família adotiva quando a biológica não pode mais cuidar delas. Essas crianças clamam por ações efetivas. A sociedade precisa saber por que as crianças estão abrigadas. Somos todos seres afetivos e a adoção é um encontro de almas”, concluiu.